sexta-feira, 16 de julho de 2010

Sexo dos Anjos



Trata-se de alguém que nasceu mulher, obviamente não se sentia bem com esse facto, e que durante uma série de intervenções cirúrgicas para remediar tal, decidiu manter a genitalia feminina.

Criou-se alguém paradoxal, e um gajo consegue ver o pilho de piadas juvenis a milhas de distância.

Choque, admiração, respeito e estranheza. Nunca pensei ver estes metidos no mesmo saco, ao mesmo tempo.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Regressando à comodidade

O avanço inexorável para os anos mais maduros arrecada uma série de custos. A disponibilidade para aprender vai sendo cortada. A paciência guarda-se em vasilhames de menor volume. O tempo de reacção alonga-se.

Ser-se competitivo tem algo de irresistível. O ir contra oponentes mais tenazes e ardilosos, e dar-lhes a volta causa um tremor que dura um dia inteiro. Quando uma boa sessão acaba, um sente-se capaz de ir contra o mundo.




No entanto, novas vitórias levam-nos contra novos oponentes, e já dizia o sábio que existe sempre alguém melhor que nós. E então coloca-se a questão: salta-se para um desafio diferente, ou fica-se a praticar este? Optando pela primeira, perde-se um pouco aquilo que se aprendeu. Diz-se adeus à veteranice e a uma comunidade, e como uma criança, reaprende-se. Pela segunda, comecamos a escalar uma curva exponencial, em que quanto mais subimos, mais custa subir. Se dantes numa tarde se davam saltos, agora demora-se uma semana, um mês.

E com o acrescento de responsabilidades, de pessoas à nossa volta que queremos escutar, de outras coisas não digitais que queremos fazer, o aluno na constante busca de derrotar o mestre perde expressão, perde força. A reaprendizagem cansa, e o constante treino farta.

Começa a ser hora de ir largando aos poucos as vontades de vitória num jogo, e a reaplicá-las num mundo menos honesto, mais teatral, menos ordenado, mais fatal. Nunca abandonando de vez, mas quiçá com reduzida sede de triunfo.

Peguei de novo no Dragon Age Origins. Durante as férias, uma conversa num encontro fortuito fez-me aperceber de valores escondidos no jogo. Sem a hype de outrora, nem placa gráfica que aguente o Mass Effect de modo estável (já começa a pedir substituição), virei-me para o título castanho da Bioware, com nova vontade de experienciar personagens bem construídos e um sistema de combate táctico q.b. para me saciar o estratega pequenino a morar no sotão. Só não me peçam para resolver problemas de lista de compras. Existe um Blight para travar, yo!

Prova disso mesmo, testemunhem Ogren, um dos meus camaradas de armas, a dar gongos a tocar na cabeça da  Broodmother.


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Engraçado, quando encostei o jogo, tinha esta batalha à espera de acontecer, através da porta seguinte. Ri-me, pois aparentemente saí do restaurante quando iam servir um bom prato principal. Felizmente, esta comida não expira.


- Here comes Ogren!